Há músicas que se instalam em nós no primeiro acorde…

Ouvi esta música pela primeira vez uma noite destas, num normal regresso a casa. Fiquei colada* a escutar, a absorver a emoção de cada palavra da letra, que, por ser tão depurada, coloquial e simples, parece entranhar-se naturalmente em nós. Não é o tipo de música que se ouça nas rádios mais comerciais, é um facto. Ouvi-a na Rádio Nova, uma estação que ouço há algum tempo e que recomendo, sobretudo para quem, como eu, já está cansada das playlists enfadonhas e repetitivas que diriamente algumas rádios portuguesas teimam em passar.
Agora, venham comigo ‘ver os aviões’, porque a viagem vai valer a pena.


Gravado em Lisboa na cozinha de Bernardo Barata dos Feromona

Anda comigo ver os AviõesOs Azeitonas c/ António Zambujo

Anda comigo ver os aviões
Levantar voo,
A rasgar as nuvens,
Rasgar o céu.

Anda comigo ao porto de Leixões
Ver os navios
A levantar ferro,
Rasgar o mar.

Um dia ganho a lotaria,
Ou faço uma magia,
E que eu morra aqui.
Mulher tu sabes o quanto eu te amo,
O quanto eu gosto de ti.
E que eu morra aqui
Se um dia não te levo à América
Nem que eu leve a América até ti.

Anda comigo ver os automóveis,
A avenida,
A rasgar as curvas,
A queimar pneus.

Um dia vamos ver os foguetões levantar voo,
A rasgar as nuvens,
Rasgar o céu.

Um dia eu ganho o totobola,
Ou pego na pistola,
E que eu morra aqui.
Mulher tu sabes o quanto eu te amo,
O quanto eu gosto de ti.
E que eu morra aqui
Se um dia eu não te levo à lua
Nem que eu roube a lua só pra ti.

Um dia eu vou jogar à bola,
Ou vendo esta viola,
E que eu morra aqui.
Mulher tu sabes o quanto eu te amo,
O quanto eu gosto de ti
E que eu morra aqui
Se um dia que não te levo à América,
Nem que eu leve a América até ti.

* Expressão usada por uns amigos, quando se referem a algo de que não conseguem tirar o olhar! 🙂

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