Everybody Hurts…

A música é originalmente dos R.E.M., mas é nesta versão dos The Corrs (grupo que não ouço particularmente, confesso) que “Everybody Hurts” ganha uma nova dimensão. As palavras, que tanto necessito escutar e interiorizar, parecem contornar de um modo quase perfeito a minha alma e encontrar o espaço certo no meu coração.
Neste momento é tudo o que preciso…

When your day is long
and the night
and the night is yours alone.
When you think you’ve had enough of this life
Well, hang on.

Don’t let yourself go
cause everybody cries
and everybody hurts
sometimes.

Sometimes everything is wrong.
Now it’s time to sing along.
When your day is night (hold on, hold on)
if you feel like letting go (hold on)
if you’re sure you’ve had too much of this life,
hang on.

Cause everybody hurts
sometimes
Take comfort in your friends
Everybody hurts.

Don’t blow your hand. Oh, no.
Don’t blow your hand.
If you feel like you’re alone,
no, no, no, you’re not alone.

If you’re on your own
in this life,
and the days and nights are long
when you’re sure you’ve had too much of this life
to hang on.

Yeah, everybody hurts
sometimes everybody cries.
Sometimes everybody hurts.
Sometimes.

And everybody hurts
Sometimes

So, hold on, hold on
Hold on, hold on
Hold on, hold on
Hold on, hold on
(Cause you are not alone)

Poema do Homem Só – António Gedeão

Foto @ Google

Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
arrefecem.

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de dentro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concentro,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se e desflorar-se,
é nosso, de mais ninguém.

Cerrar os olhos, escutar e sentir…

… é somente o  que faço quando ouço esta música belíssima, que encontrei num acaso e que parece inebriar todos os meus sentidos. Por breves momentos, a minha vida parece passar diante de mim, como se de um filme se tratasse. Porquê? Não consigo encontrar qualquer explicação… SENTE-SE, apenas isso.

Falsa Liberdade (Fantasia) – Simplus

Entrou.
Eu não lhe dei a direcção,
por caminhos proibidos, chegou aqui
com o seu ar cansado.

Fiquei com as mãos atadas ao que dei,
na ilusão que era destino com o peso de quem
depende de alguém.

Quis escolher. Agora chega. Vou fugir.
Quis falar, mas tiraram a cor do desenho que te ia mostrar.
Quis sofrer….

E não há nada que me faça chorar.
nada mais forte, mais fundo em mim.
E não há nada que me faça chorar,
nada mais forte mais fundo em mim
que a fantasia de qualquer dia me guardares aí.

Entrou.
Voltou atrás, desapareceu
sem amor, sem sentir nada.
Fingiu não ver que me queimou.

Rasguei toda a esperança que me dei,
tudo o que vi e não pousou,
e a indiferença que deixaste ficar.

E não há nada que me faça chorar…
nada mais forte…
E não há nada que me faça chorar,
nada mais forte mais fundo em mim
que a fantasia de qualquer dia me guardares aí.

Simplus
[Maria Durão e Luís Roquette]

Anjo da Guarda – António Variações

                                                            Foto @ Google

Eu tenho um anjo, anjo da guarda
que me protege de noite e de dia
Eu não o vejo, eu não o oiço,
mas sinto sempre a sua companhia.

Eu tenho um anjo, anjo da guarda
A toda a hora e em todo o lado
posso contar com a sua vigia.
Não usa arma, não usa a força
Usa uma luz com que ilumina a minha vida

* Gostava de ter o suporte musical, para melhor ilustrar este lindo poema de António Variações, mas infelizmente não consegui encontrar.

Update:
Podem ouvir aqui a versão original de António Variações. Obrigada Lili pela dica. 🙂

Pedro Tochas apresenta “O Palhaço Escultor” no Teatro Villaret

Se têm possibilidade de passar no Teatro Villaret e assistir a um espectáculo imperdível de Pedro Tochas, um “palhaço” português ao mais alto nível, na minha opinião ainda não valorizado pelas soberanas entidades do nosso país, NÃO PERCAM ESTA OPORTUNIDADE!

PEDRO TOCHAS Apresenta
“O Palhaço Escultor”

Foto @ http://www.pedrotochas.com/

LISBOA
Teatro Villaret
17 a 19 de Julho de 2008 às 22h00
20 de Julho de 2008 às 18h00

Não percam a oportunidade de ver o ÚNICO espectáculo português de comédia premiado no estrangeiro:
* Winner of the Adelaide International Buskers Festival 2006 (Austrália);
* Winner of “Best Hair” award;
* The 19th Halifax International Busker Festival (Canadá);
* Winner of “Streets of fools” award “The Biggest Fool 2003” (Norway).

Pela primeira vez num Teatro em Lisboa, podem ver o que dezenas de milhar de pessoas já aplaudiram em 17 países.“This interdisciplinary work is the one-man equivalent of “Wallace and Grommit””; “a visual treat for all the family that will never cease to entertain and amaze”. (Comentários no World Buskers Festival.)

Traduzindo para português: O espectáculo é bom!!!!!!!

Dê uma vista de olhos no vídeo promocional ou no site do Pedro Tochas.

Compra de Bilhetes
Bilheteira do Teatro Villaret: Tel. 21 353 85 86
Bilheteira do Teatro Nacional D. Maria II:Tel. 21 325 08 35/Fax 21 325 09 38 / reservas@teatro-dmaria.pt
Ticketline e na FNAC (número limitado de bilhetes)

Comprem rápido, porque estas datas são a única oportunidade de ver este espectáculo em Lisboa em 2008.

Apareçam e recomendem aos amigos.

Canção de enganar tristeza – Vinicius de Moraes


Foto: Google

Se a tristeza um dia
Te encontrar triste sozinho
Trata dela bem
Porque a tristeza quer carinho
E fala sobre a beleza
Com tanta delicadeza
Por não ter nenhum carinho
Que ela só existe
Por não ter nenhum carinho
E dá-lhe um amor tão lindo
Que quando ela se for indo
Ela vá contente
De ter tido o teu carinho

in Poesia completa e prosa: “Cancioneiro” – Vinicius de Moraes

Uma pequena estrela…

Chama-se Gabi Wilson, tem 10 anos e uma postura quase “desconcertante” de quem sabe efectivamente que a música é e será a sua vida. Eu não tenho qualquer dúvida: “A star is born!”

@ Today Show

Sobre o Poema – Herberto Hélder

Sobre o Poema

Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
– a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

– Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
– E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Herberto Hélder

Paul Potts em Hollywood…

Paul Potts

Saibam porquê aqui.

Trocando em Miúdos – Chico Buarque

 “Chico de Hollanda, de aqui e de alhures
Parceiro de euforias e desventuras, amigo de todos os segundos, generosidade sistemática, silêncios eloqüentes, palavras cirúrgicas, humor afiado, serenas firmezas, traquinas, as notas na polpa dos dedos, o verbo vadiando na ponta da língua – tudo à flor do coração, em carne viva…
(…) Inventado porque necessário, vital, sem o qual o Brasil seria mais pobre, estaria mais vazio, sem semana, sem tijolo, sem desenho, sem construção.

Ruy Guerra, cineasta e escritor – Outubro de 1998

Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim ?
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde

Letra: Chico Buarque
Música: Francis Hime
“Chico Buarque” [1978] *

* Um álbum que me traz as melhores lembranças de juventude, como já havia aqui dito… um encontro genuíno com as palavras de um mestre.