*”É seres alma e sangue e vida em mim”…

Há 5 anos soube que estava grávida!
Há 5 anos entendi o significado deste *verso lindo de Florbela Espanca.

Serás sempre a maior dádiva da minha vida, meu amor! ♡♡♡


 Foto by Parallax Photography (editada por mim)

Do AMOR que está mesmo ao nosso lado…

Há 4 anos chegavas e mudavas a minha vida para sempre…

Agradeço todos os dias esta dádiva, que engrandece os meus dias e dá mais sentido ao meu viver!

Amo-te tanto, tanto, meu amor pequenino!  ❤


Arrival of the Birds by The Cinematic Orchestra

♥ Coração de Mãe ♥


Imagem do livro ‘Coração de Mãe’ de Isabel Minhós Martins, encontrada aqui

*’Só se vê bem com o c♥ração, o essencial é invisível aos olhos.’

>> ❤ ❤ ❤ <<


*Antoine de Saint-Exupéry in O Principezinho

Aos 3 anos, 5 meses e 1 dia…

… ele proferiu a frase, que ansiávamos escutar há já bastante tempo:

‘Mamã, quero fazer chichi!’

Somos felizes com tão pouco! E, sim, voltámos ao desfralde que parámos há quase um ano (meu Deus, como o tempo passa!) e parece que agora vamos chegar a bom porto! ❤ Assim esperamos!

*’Há palavras que fazem bater mais depressa o coração’

Lembram-se de ter contado aqui que o Rodrigo teve a doença “mão-boca-pé”? Pois bem. Voltei a esse episódio ontem, ao passar no facebook do blog Mum’s the Boss’ da Magda Dias. ‘Reencontrei’ uma das perguntas que constava do questionário a que respondi, aquando da inscrição num dos workshops sobre ‘Parentalidade Positiva’, que iria decorrer no Porto. Não cheguei a ir ao Workshop, com imensa pena minha, porque passara parte da madrugada desse dia nas urgências do Hospital e precisava cuidar de um filho prostrado com a tal doença chata. 😦
Voltando a ontem. Ao reler a pergunta não consegui ficar indiferente às emoções que senti quando a respondi na altura. Guardei inclusive o que escrevi, por ter sido um momento tão emotivo. O que digo no final do texto mantém-se. Aliás, justifica o reviver desta memória e este post.

Seguem pergunta e resposta…

Imagine-se daqui a 23 anos. É domingo e os seus filhos vêm almoçar a sua casa. Quem é aquele rapaz/aquela rapariga a quem abre a porta? Quais são os seus valores? Em quem é que ele/ela se tornou?»

‘É com o coração e com a alma cheios de emoção que escrevo estas palavras…
O meu filho será um homem feliz (aliás, esse é e será sempre o meu maior objectivo, enquanto mãe), sorridente, educado e que cuidará e orgulhar-se-á sempre do seu ‘mundo de afectos’, acima de qualquer coisa. Não faltarão, por isso, abraços longos, apertados e sentidos, tenho a certeza, ou assim espero.
Reconhecer-lhe-ei facilmente os valores que lhe transmitimos sempre. Educação, humildade, honestidade, integridade, rectidão, compreensão e Amor, entre outros.
Vai querer saber como estão os pais e continuará a interessar-se pelos gostos ou hobbies que conheceu em cada um de nós. Quase que consigo imaginar o filho à volta da colecção de bonsais do pai e a fazer perguntas sobre esta ou aquela árvore. Se já é assim hoje!
Vai querer ajudar a pôr a mesa, ou até a fazer um petisco para o almoço.
Conversaremos sobre o que está a fazer no momento, sobre os planos para o futuro. Agradecer-nos-á por nunca o obrigarmos a enveredar por actividades ou escolhas que não fossem as dele.
Desejo, acima de tudo, encontrar um homem feliz, positivo, de bem com a vida e saber que ele se orgulha do modo como sempre o amamos e aceitamos.
* Tenho de admitir que esta foi a pergunta que mais me fez pensar e que mais me emocionou. É certo que penso no futuro do meu filho, mas nunca tinha pensado desta forma tão objectiva. As palavras que escrevi são a suma entre aquilo que desejo e o que faço enquanto mãe e educadora para que se torne possível.

OBRIGADA por esta viagem, Magda! Só por isto, já valeu a pena!’

* in ‘O valor das palavras’ de Almada Negreiros

De volta ao termómetro e seus fiéis escudeiros…

Valeu de muito o queixume, o rol de lamentos, o desejo de melhores dias… Dois dias depois, uma otite descarada e de respeito dobrou completamente o meu amor pequenino. O meu coração de mãe fica, nestas alturas, mais pequeno que uma ervilhinha, só vos digo! Vê-lo quieto e a pedir colo (que eu adoro, mas que já começa a ser um momento raro) é uma inquietação. Eu sei que faz parte, mas também sei que, mesmo assim, nunca me vou habituar.
Já está melhor e já só pede para ir para a escolinha ou ao parque.
‘Tá sol, mamã! Vamo’ paxear?’
Não vejo a hora, meu am♥r!!!

Imagem @ Pinterest

Para quem AINDA não sabe o que faz uma mãe a tempo inteiro…

Sim, porque ainda há quem ache que isto, de estar em casa a tomar conta de um filho, é só sopas e descanso! Para além de todo o imenso ❤ que se vive, também acontece muiiiito disto:

‘Amor de mãe é visceral.’*

‘Bom dia, mamã!’
‘Bom dia, filho!’
De olhos fixos nos meus, despeja de uma só vez as dúvidas que ocupam o seu pensamento.
‘Tás feliz, mamã? Não tás ‘tiste’ (triste)? Não tás ‘tateada’ ‘ta’ mim?’  (chateada comigo)
‘Estou feliz, filho! Não estou triste, nem chateada!’

Percebo rapidamente que o dia de ontem não foi esquecido. 😦

Para ele – O dia de ontem foi duro! Foi-lhe difícil perceber e aceitar que ia passar um dia em casa sem os seus brinquedos e livros. Hoje confirmei isso. Apesar de ter mostrado na hora arrependimento e de ter admitido ‘que se tinha potado (portado) mal’, vi que não foi fácil constatar que as prateleiras, ontem coloridas pelas brincadeiras, estavam hoje vazias! Os olhos ficaram por alguns momentos mais pequeninos, mas não chorou. Disse apenas, em jeito de confirmação ‘hoje não há ‘binquedos’, mamã!’ O meu pequenino está a crescer! ❤

Para mim – O dia de ontem foi dificílimo! Tive de tomar esta decisão complicada e não acho que se tratou de um acto de coragem, porque me senti mais ‘medricas’ do que ele, que tinha feito a asneira. Doeu-me o coração, a alma e sei lá mais o quê. Mais ainda, porque o fiz com consciência, friamente, quase sem palavras, de forma assertiva, como se a minha emoção tivesse fugido para parte incerta (um esforço que custa caro, acreditem). Não era a primeira vez que ele deixava a sala naquele estado, mas, o modo displicente e imperturbável com que atirou parte dos objectos para o ar e para o chão, fez-me tomar uma atitude. Uma atitude várias vezes adiada e contornada com as frases costumeiras ‘vamos lá pôr tudo no sítio’, ‘a mãe ajuda’, ‘prometes que não voltas a fazer isto?‘. Desta vez pulei essa teoria e tratei do assunto de forma drástica, a ponto de me sentir a pior mãe do mundo.

Com a ajuda (e cumplicidade) do pai, os brinquedos e os livros foram retirados e arrumados numa caixa e levados para a garagem, tal como lhe disséramos antes. Nós explicámos tudo calmamente, sem alaridos e já sem choro. Meia hora depois estávamos os três sentados no sofá, sem falar. Do nada, ele pede desculpa, por se ter portado mal, por ter deixado os pais tristes. Nós aceitamos as desculpas e dissemos que não falaríamos mais no assunto, mas que, mesmo assim, os brinquedos iriam ficar na garagem. Ele disse que sim, ainda que cabisbaixo. Tenho a certeza que ainda tinha uma pequena esperança que recuássemos na decisão.

Tinha lido *o texto da Carolina, do ‘Família 3 e 1/2′, no dia anterior e as palavras não me saíam da cabeça. Palavras que subscrevera na íntegra e que foram naquele momento uma ajuda preciosa para atenuar a culpa que sentia. “(…) Amor de mãe é lixado! Sentes culpa quando berras, culpa quando não berras, culpa quando dás, culpa quando não dás! Achas sempre que nunca és suficientemente boa, suficientemente justa, suficientemente rígida nem suficientemente altruísta! Amor de mãe é a tua maior dependência, a tua maior dor, a tua melhor alegria, tua melhor prestação, a tua maior frustração e o teu maior milagre!”

Cartoon by Cathy Thorne @ Everyday People Cartoons