As (quase) certezas…

O Fim!
O último suspiro!
A última viagem de alguém que amamos!
Nunca achamos que vai ser tão cedo! Nunca achamos que vai ser de repente!
Nunca achamos que vai acontecer connosco!
Nunca pensamos que um dia vamos perder alguém, menos ainda se for da nossa idade!
Nunca imaginamos sequer viver sem essa pessoa!
Achamos que vamos ter sempre tempo!

A verdade é que infelizmente pode acontecer. Com quase todos, numa qualquer fase da vida!
E aconteceu comigo! Há 5 anos atrás.
De um momento para o outro, um telefonema tumultuou a rotina de mais um dia. As minhas (quase) certezas desmancharam-se e a minha alma ficou escura e silenciosa. Recordo tão bem de ter ‘visto’, naquele minuto, depois de desligar o telefone, um desfile de múltiplos frames dos muitos momentos em que fomos tão felizes, talvez numa tentativa ilusória de contrariar a verdade!

Tinha sido o fim!
O último suspiro!
Começava a última viagem da minha Zi…
Há 5 anos o (meu) mundo ficou mais triste, menos sorridente, menos colorido, mais sombrio e sem certezas. Porque nada é certo e isso, sim, é a mais dura das verdades.
Trago-te sempre comigo! Penso em ti todos os dias!
E sabes como te vejo? SEMPRE a sorrir!
Eu continuo a fazer o melhor que consigo e sei.

Carpe Diem… como repetias, Amiga!

Da paternidade ou de como são lindos os momentos a dois #5

O acaso de uma foto relembrou-me esta rubrica, que já há muito não assinalava. Tenho pena, porque registos não faltam! Mas adiante.
Como comecei por dizer, estava a tirar-lhes uma foto, como faço tantas vezes, e tive um ‘flashback’ ou um ‘déjà vu’ (não sei que termo usar) e não descansei enquanto não resolvi o mistério. 🙂

Esta foi a foto que tirei:

R.
Neste post está a foto que pôs o meu cérebro em alvoroço. E como foi lindo e maravilhoso este ‘reencontro’! É nestas alturas que eu percebo porque tenho (ainda) este blog.

Acabei por juntar as duas fotos, numa composição ‘homemade’, mas que mostra como a curiosidade do pequenino continua, como as memórias são maravilhosas e, acima de tudo, como o tempo voa! ❤

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Eu sei, sou uma nostálgica! Mas sou tão feliz assim! ❤

*”É seres alma e sangue e vida em mim”…

Há 5 anos soube que estava grávida!
Há 5 anos entendi o significado deste *verso lindo de Florbela Espanca.

Serás sempre a maior dádiva da minha vida, meu amor! ♡♡♡


 Foto by Parallax Photography (editada por mim)

Imagens da alma…

Imagem @ Pinterest

Imagens da alma…

Imagem @ Pinterest

‘A finitude é o destino de tudo’*

Grey’s Anatomy (S.11)

Foto @ Buzzfeed

*José Saramago

Imagens da alma…

Imagem @ Pinterest

Memórias que o tempo não rouba…

Ando melancólica e mais introspectiva. Coisas da vida. Dou por mim a ‘esmiuçar’ fotos e vídeos antigos, talvez numa tentativa irrealista de fazer o tempo voltar para trás. Ele volta, mesmo que por breves momentos, mas só nas memórias, na imortalização possível do que já nos foi tão querido, ou nos fez tão felizes. ❤ E apenas isso importa guardar!
Não há dúvida que a memória física do que nos vai acontecendo ao longo da nossa vida, seja em imagens, vídeos, palavras ou sons, é uma forma maravilhosa de recordar e reviver momentos felizes ou memoráveis. Como este vídeo que hoje reencontrei, 6 anos depois, e que não me canso de rever. Foi um privilégio ter ouvido ao vivo o talento imenso de Ruy de Carvalho, um artista admirável! Já tinha posto isso por palavras. Deixo agora o registo (possível) em vídeo:


Poesia à Mesa @ S. João da Madeira (21.03.09)

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

 

“O infinito variável…de respirar a eternidade”

A Hora do Cansaço

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Carlos Drummond de Andrade

Imagens da alma…

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